O dia é de Finados; o clima, não.
Em vez da esperada e típica garoa fina, quase uma marca registrada do feriado dedicado aos mortos, quem deu as caras foi o sol. E muito calor. Mesmo assim, eles saíram de suas tumbas, de seus túmulos, caixões, sarcófagos e sabe-se lá de onde mais e se reuniram na tarde ensolarada de ontem no vão livre do Masp, na avenida Paulista. Em sua segunda edição, a Zombie Walk conseguiu a proeza de juntar cerca de 400 criaturas, todas, sem exceção, amantes de filmes, livros e quadrinhos de terror.
Nas fantasias exibidas, muita roupa preta, muito líquido vermelho imitando sangue e muita maquiagem. Algumas mais caprichadas; outras mais escrachadas, típicas de produção de filme B de terror, como os do Zé do Caixão.Para chamar a atenção, os zumbis recorrem a muitas bizarrices. As melhores fantasias masculina e feminina são premiadas. Marcaram presença toda a fauna que habita estes filmes, como Freddy Krugger (Sexta-feira 13), Jason (Hallowen), dentre outros seres bizarros e outros nem tanto, como um zumbi travestido de Elvis Presley.
O que importa é chamar a atenção, e quanto mais esquisito, melhor. E, claro, fazer pose para as fotos. Curiosos, aliás, não faltaram enquanto durou a concentração dos zumbis. Aos poucos, as criaturas vão deixando de lado as carrancas e logo começam a abrir um sorriso para as lentes. Tudo, na verdade, não passa de uma grande brincadeira organizada por uma casa noturna underground da rua Augusta. E em caminhada de morto-vivo que se preza não poderia faltar um corintiano, alvo preferido das mais variadas piadas. “Esse é o vivo mais morto da caminhada”, “Aí, corintiano, você está no lugar certo, mesmo”, “Mais morto do que vivo” e comentários do tipo.