Morreu no Sri Lanka, na madrugada de ontem, o escritor de ficção científica Arthur C. Clarke, autor de “2001: uma odisséia no espaço”. A informação foi confirmada pelo agente do escritor.
Clarke estava com 90 anos e morreu em decorrência de problemas respiratórios. O autor britânico escreveu mais de 80 livros, além de 500 artigos e contos, incluindo “A sentinela”, que deu origem a “2001: uma odisséia no espaço”, adaptado para o cinema por Stanley Kubrick.
Clarke, que em muitas ocasiões era visto usando uma cadeira de rodas, vinha lutando contra problemas provocados pela poliomielite desde a década de 1960. Nos últimos anos de sua vida, ele dizia que embora seu corpo estivesse preso a uma cadeira de rodas, sua mente continuava a passear pelo universo tanto quanto na época em que ele era um jovem fascinado pelo espaço, nos anos 1920 e 1930. Na década de 1940 ele previu que o homem chegaria à Lua até o ano 2000, idéia que foi descartada como bobagem por especialistas. Quando Neil Armstrong pisou na Lua, em 1969, os EUA disseram que Clarke “forneceu a motivação intelectual essencial que nos levou à Lua”. “Nos próximos 50 anos, milhares de pessoas vão fazer viagens orbitando a Terra e, depois, até a Lua e além dela. As viagens e o turismo espacial vão tornar-se tão corriqueiras quanto as viagens a destinos exóticos em nosso próprio planeta”, disse o estudioso em entrevista à agência Reuters.
Clarke foi ao Sri Lanka pela primeira vez na década de 1950 para fazer mergulho. Na ocasião, ele se apaixonou pelo país, onde se radicou em 1956. Em dezembro de 2007, o escritor listou três desejos para o seu aniversário de 90 anos: que o mundo adotasse fontes de energia limpas, que a paz fosse estabelecida no lugar onde ele vivia, o Sri Lanka, e que fossem apresentadas evidências de seres extra-terrestres. “Eu sempre acreditei que nós não estamos sozinhos no universo”, disse ele na época, em um discurso para um pequeno grupo de cientistas, astronautas e oficiais, na cidade de Colombo, no Sri Lanka. Os humanos estão à espera de que seres extra-terrestres “nos chamem ou nos dêem um sinal”, disse o escritor. “Não temos como adivinhar quando isso vai acontecer. Espero que aconteça antes que seja tarde demais.”
Clarke também é creditado como um dos pioneiros no uso do conceito de satélites de comunicação, falando deles em 1945, anos antes de a tecnologia ter sido inventada. Ele se juntou ao jornalista Walter Cronkite como comentarista da expedição lunar da Apollo no final dos anos 60.
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