Na terça-feira, 18 de janeiro, às 8 horas (leste) / 7 horas (na faixa Central) começa uma reprise de duas noites da primeira temporada de The Walking Dead.
Como parte da experiência da reprise de The Walking Dead, a AMCtv.com postará entrevistas com o talentoso elenco de apoio.
Esta semana, o ator Irone Singleton compara crescer na periferia com The Walking Dead, explica como futebol (americano) o preparou para violência na tela e cria teoria sobre o que está por trás do nome T-Dog.
P: Você cresceu em Atlanta. Como foi voltar lá para filmar The Walking Dead?
R: Foi surreal. Embora os prédios tenham sido demolidos desde aquela época, era uma periferia residencial no interior da cidade que realmente estava arruinada. Eu vivi aquela vida por tantos anos, tentando evitar a violência e o uso epidêmico de drogas, e aqui eu estava, trabalhando numa grande produção de Hollywood.
P: Algum dos lugares das filmagens te trouxe de volta memórias específicas?
R: Houve uma vez, eu acho que eu tinha quatro anos: Minha mãe nos deixou em casa e meu irmão e eu corremos para a rua e fomos atropelados por um carro. Eu acabei numa clínica, que era a um passo do lugar. Nem um desvio e um pulo. Apenas um passo.
P: The Walking Dead é uma história sobre sobrevivência. Você acha que existe uma comparação com a sua história pessoal?
R: Minha história pessoal seria pior. [Risos] Ser uma criança sem ter o controle do que viveria, foi como um pesadelo. Seu único objetivo é sobreviver. Mas o futebol (americano) foi a minha salvação. Minha mãe morreu de AIDS quando eu tinha 19. Eu não sei se ela contraiu AIDS através de contato sexual ou através do uso de heroína, mas ela junto com alguns dos meus tios e primos, todos contraíram a doença. Eu era praticamente o único que estava na escola na época. Esta foi a razão de eu não ter feito certas coisas. Mas eu não fugi das ruas. Eu carregava uma arma. As pessoas me perguntam se me arrependo dessas coisas. Eu não posso dizer que me arrependo porque eu não seria quem eu sou, mas essas coisas realmente me deixam triste.
P: Este mundo que você descreve na verdade parece com The Walking Dead…
R: Sim, com certeza. Me fez pensar na minha mãe quando ela estava fora nas ruas a noite toda, procurando pela próxima dose de heroína. Eles eram meio parecidos com zumbis; eles eram mortos-vivos, porque não havia ambição envolvida. Sem noção de responsabilidade. Eles apenas vagavam pelas ruas. Os olhos deles seriam sem expressão. Você realmente pode fazer essa comparação.
P: A sua experiência com o futebol (americano) lhe foi útil para a sua luta com Merle?
R: Sem dúvida. Esta é a razão de eu ser tão grande como sou. Eu preciso começar a parar com isso porque meu metabolismo tem ficado muito lento. [Risos] Me preparou para aquela cena porque eu poderia cair no chão sem nenhuma contusão. Estou acostumado ao contato. Também no sentido mental, porque estava tão quente no telhado, que somente com perseverança. Havia momentos em que eles diziam “IronE, você quer fazer uma pausa?” e eu respondia “Não. Vamos filmar. Vamos continuar.”. Porque era como funcionava no futebol (americano). Eu não me importo com o quanto você está cansado, esse jogo não acaba até soar o gongo.
P: Você ficou surpreso pela capacidade do seu personagem ajudar Merle depois do comentário racista dele?
R: Eu recebi ligações. Recebi reações muito fortes. Isto me permite saber que nós fizemos um bom trabalho. Mas não me surpreendi que fosse a decisão do T-Dog. Isto é algo que eu faria porque, como me afetaria deixa-lo lá? É karma ruim. Existem repercussões por suas ações e deixar Merle Dixon de propósito no telhado seria errado. Haveria uma grande possibilidade de que eu descesse as escadas e fosse comido por um dos mortos só por causa disso.
P: Parece que Merle teve sorte por você ser o ator representado o T-Dog.
R: [Risos] Apesar disso ele não foi tão sortudo, porque eu tropecei. Isto aí é o karma. Foi por causa do que Merle estava por fazer? Por causa de todas as coisas negativas que ele havia feito? Talvez.
P: Alguma teoria sobre o que T-Dog significa?
R: Eu sei que um dos principais personagens nos quadrinhos é Tyreese, e espero que eles tenham sido estratégicos. Ele pode dizer que ele é Tyreese, tipo, “É isso aí, T-Dog é meu apelido da época que eu jogava bola…todos os caras me chamavam de T-Dog”. Eu não sei se é o caso, mas estou na expectativa.
Fonte: AMC
Tradução: Rodrigo Paim / Equipe WalkingDeadBr